Para o general Augusto Heleno, ex-comandante militar da Amazônia, o Brasil precisa de Forças Armadas à altura da importância estratégica que tem. Entrevistado no programa Canal Livre, da Band, o oficial reformado, que dirigiu a missão de paz da ONU no Haiti até 2005, disse que seria até impatriótico pensar que o país não é alvo de cobiça internacional.
“Temos consciência de que o Brasil não pode priorizar as
Forças Armadas. Temos outros problemas seríssimos. Mas todo ano o orçamento das Forças Armadas é mutilado; o Exército tem que brigar para ter dinheiro para munição, fardamento, até para comer. Isso não pode acontecer em um país que quer se potência mundial”, disse o general.
O maior desafio é o monitoramento da Amazônia. O país tem 11.500 km de fronteira nos sete estados da Amazônia, tornando muito difícil o controle, inclusive pela falta de integração entre os órgãos envolvidos com segurança pública. “Sabemos exatamente quais são os eixos de entrada [de armas e drogas] principais, mas precisamos de ação de governo para que haja ações conjuntas”, concluiu.
Haiti
Na opinião do general, as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras) do Rio de Janeiro são fruto direto da experiência brasileira no Haiti. Para ele, “toda a pacificação do Haiti foi feita com essa base de raciocínio: estar presente todo tempo dentro da base de conflito”.
Farc
Ainda dentro da defesa do território nacional, o general Augusto Heleno tratou do possível trânsito de membros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) pelo Brasil. “Podem ficar tranquilos que se as Farc tentarem transitar aqui serão recebidos à bala”, disse.